30 de novembro de 2006

Voos da CIA em Portugal/Secret CIA flights in Portugal


A comissão de inquérito do Parlamento Europeu sobre as alegados escalas em território europeu de voos ilegais da CIA (CIA website here) estará em Portugal no próximo dia 6 de Dezembro para ouvir, entre outras autoridades, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, representantes do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF website here) e do Instituto Nacional de Aviação Civil (INAC).

Prevista estava ainda uma reunião com o director dos Serviços de Informação de Segurança (SIS website here), Antero Luís, mas o responsável já anunciou estar indisponível.

Todos os partidos com assento parlamentar concordaram em prestar declarações. A lista de convocados inclui ainda o presidente da comissão de assuntos constitucionais, Osvaldo de Castro, membro do Partido Socialista português.

A audição de Luís Amado está marcada para as 16h00. Durante a manhã estão agendados os encontros com a representante do INAC, Maria José Faleiro, o director do SEF, Manuel Jarmela Palos, e um representante da NAV Portugal, empresa responsável pela gestão do tráfego aéreo nacional.

A delegação europeia da comissão, que é presidida pelo português Carlos Coelho, integra um total de seis eurodeputados, entre os quais Ana Gomes.

A decisão de vir a Portugal não faria parte das prioridades, mas terá sido acelerada devido à recusa de Luís Amado em deslocar-se a Bruxelas para prestar declarações.Na mesma linha reagiu o primeiro-ministro português, José Sócrates, tendo declarado que o Executivo responde pelas suas políticas perante a Assembleia da República e não ao Parlamento Europeu.

O eurodeputado socialista italiano Claudio Fava, relator da comissão de inquérito criada pelo Parlamento Europeu (PE website here) para avaliar a alegada aterragem em solo europeu de voos secretos da Agência Central de Informações (CIA) dos Estados Unidos da América (EUA), presumivelmente transportando suspeitos de terrorismo para prisões à margem das convenções internacionais, afirmou, na passada terça-feira, que Portugal e outros dez países estavam ao corrente da situação.

Os países acusados de serem coniventes com o transporte ilegal de prisioneiros por parte da CIA são, além de Portugal, o Reino Unido, a Polónia, a Itália, a Alemanha, a Suécia, a Áustria, a Irlanda, a Espanha, a Grécia e o Chipre. Apesar de apresentar poucas provas, o eurodeputado garante ainda existirem “provas circunstanciais” da existência na Polónia, durante alguns meses, de um centro de detenção ilegal, mantido pela agência de informações norte-americana.

A comissão de inquérito do PE, que durante dez meses ouviu 130 pessoas, deu ainda conta de duas dezenas de «rendições extraordinárias», isto é, detenção de suspeitos de terrorismo e sua extradição para países terceiros e de 1245 escalas em território europeu de aviões fretados pelos serviços secretos norte-americanos. O projecto de relatório será votado após as férias de Natal, revelou também fonte comunitária, sem adiantar hipóteses sobre a direcção de voto dos responsáveis.

29 de novembro de 2006

Língua e cultura portuguesa na Estónia/Portuguese culture and language in Estonia




O primeiro-ministro da Estónia, Andrus Ansip, fará, nos próximos dias 4 e 5 de Dezembro, uma visita oficial a Portugal, no quadro das relações bilaterais entre os dois países. Na bagagem trará certamente a promoção da cultura e do ensino da Língua Portuguesa naquele país.

Presentemente, há um docente de Português na Universidade de Tallin e outro na Universidade de Tartu. Ainda que de forma modesta e tímida, a Língua Portuguesa assume um valor estratégico no espaço de abertura da Comunidade Europeia aos países de Leste (view article about “The strategic role of Portuguese language” here).

Ana Paula Zacarias, actual Embaixadora de Portugal em Tallinn, escreveu, na edição do Jornal de Letras, Artes e Ideias, de 25 de Outubro, um artigo sobre a actual situação da língua e cultura portuguesa na Estónia. A ler e a considerar.

Kas sa Räägid Portugali Keelt? (Você Fala Português?)

Se este ano decidir fazer um cruzeiro no Báltico e visitar a lindíssima capital da Estónia, Tallinn, cujo centro histórico se encontra inscrito na Lista do Património Mundial da UNESCO, muito provavelmente ouvirá dizer à chegada tere tulemast (seja bem vindo!). Depois, é possível que o guia o leve a experimentar um licor aqui produzido desde a Idade Média, feito à base de plantas medicinais e, com um sorriso malandro, diga ao erguer o copo: -Terviseks! (Saúde!) …

No entanto, se quiser verificar o significado destas palavras em português, ou buscar um «obrigado» em estónio terá certamente alguma dificuldade uma vez que não existe ainda publicado nenhum dicionário de Português-Estónio-Português.

Esta é uma das muitas coisas que ainda estão por fazer no contexto das relações entre os dois países. Apesar da longa tradição marítima e comercial que nos aproxima, também, muitos dos fios dessa complexa trama histórica que nos une desde há séculos na construção europeia estão por analisar.

Situados nos extremos da Europa, Portugal e a Estónia, hoje parceiros na NATO e na União Europeia, têm em comum muito mais do que a distância geográfica, ou linguística, podem fazer crer.

A aliança entre os reinos escandinavos e o recém-constituído Reino de Portugal teve um papel relevante da construção da nossa nacionalidade e no desenrolar da história das cruzadas do ocidente e da cristianização da Europa.

Em 1214, D. Sancho I decide casar a sua filha Berengária de Portugal com o Rei da Dinamarca, Valdemar II «o Vitorioso». O casamento da neta de D. Afonso Henriques sela um pacto de apoio entre o Reino de Portugal e o Reino da Dinamarca na expansão dos respectivos territórios e na evangelização dos infiéis. Em 1219, Valdemar lança a cruzada contra os últimos povos pagãos da região báltica, entre os quais os eestis, e conquista a cidade de Reval (hoje Tallinn), provavelmente com a participação de alguns cavaleiros portugueses, que acompanharam a princesa até terras nórdicas.

Assim começa a difícil história do povo estónio e da contínua dominação destas terras por dinamarqueses, alemães, suecos, polacos e russos, até à almejada declaração de independência em 1918, dando testemunho de uma fervorosa e bem sucedida luta do povo estónio pela manutenção da sua língua e da sua identidade cultural. Durante todos estes séculos Reval/Tallinn, cidade pertencente à Liga Hansiática, ocupa, pela sua localização estratégica, um lugar importante nas rotas comerciais europeias. Dos portos portugueses chegam aqui vinhos, sal, frutos secos, especiarias que hão-de seguir caminho até ao interior das estepes russas. Segundo algumas fontes, em 1721, podemos mesmo encontrar um judeu de origem portuguesa, António Vieira, que ao serviço do Czar Pedro I, dirige a reconstrução do porto de Tallinn.

Passando por Portugal, no início do séc. XIX, o poeta estónio Guilherme Kiukhelberg, aprende português e maravilha-se com a poesia de Camões. Este interesse por Portugal cresce com o nosso reconhecimento da independência da Estónia em 1918. As artes plásticas, a literatura e música estónia florescem neste período de afirmação nacional e tornam-se conhecidas internacionalmente. Porém, as vicissitudes da Segunda Guerra Mundial vêm infelizmente trazer mais uma vez a anexação da Estónia, que só em 1991 alcança a restauração da sua independência, sendo Portugal um dos primeiros países europeus a reconhecê-la.

Em 1998, a Estónia abriu a sua Embaixada em Lisboa e este ano, 2006, foi a vez de Portugal abrir a sua Representação Diplomática em Tallinn. Se vier fazer o tal cruzeiro pelas terras do sol da meia-noite, dificilmente deixará de ver a nossa nova Embaixada em Tallinn situada num edifício histórico em pleno coração da cidade antiga - assim se cumprem os desígnios da História.
Finalmente juntos na União Europeia, unidos por valores comuns de democracia, inovação e desenvolvimento, Portugal e a Estónia, pequenos países marcados pela proximidade de vizinhos poderosos, partilham igualmente a consciência de quão relevante é a preservação das suas tradições culturais, do seu património histórico e da sua língua como forma de afirmar e manter a sua identidade, sem contudo se fechar aos encontros e às influências decorrentes da sua longa história marítima e comercial.

Num verdadeiro espírito europeísta, para além da sua língua materna, que pertence ao grupo fino-húngrico, muitos estónios falam uma segunda língua seja o russo, o inglês, o finlandês, o alemão, ou mesmo… o português.

Devo dizer que, quando cheguei a Tallinn, há alguns meses atrás, fiquei surpreendida com o interesse que muitas pessoas me manifestaram pela cultura e pela língua portuguesas - fosse porque já tinham visitado o nosso país, sobrepondo «Algarve» a «férias», ou porque conheciam o Brasil, Angola, Moçambique ou Cabo-Verde (e a Cesária Évora!), porque tinham ido ao concerto da Mariza (em 2005) e gostavam de fado, ou porque eram fãs de futebol e faziam rimar «Figo» com «Mundial».

Para alguns tratava-se mesmo de uma «Lusitana Paixão» feita de contrastes, de encontros e desencontros amorosos, de inter-rails e de ERASMUS apenas terminados.

Como me dizia um dos jovens alunos da Prof. Natália Bieck, que aqui lecciona português na Universidade de Tallinn: «Os portugueses e os estónios têm uma coisa no coração que dá jeito para a poesia», e acrescentava: «Poeedil on petlik keel. /Tapetab nii hästi, et ta / ka tõelise valu veel / võib valuna ette petta.», ou seja, o equivalente em estónio a «O poeta é um fingidor./ Finge tão completamente/ que chega a fingir que é dor/ a dor que deveras sente.»

Efectivamente, sob o título «Auto-psühho-Graafia» foi publicada em 1973 a primeira tradução em estónio de uma colectânea de poemas de Fernando Pessoa organizada por Ain Kaalep, aliás também o tradutor de A Relíquia de Eça de Queiroz. A estas duas obras literárias juntam-se apenas duas outras traduções: Domingo à Tarde, de Fernando Namora, traduzido por Meelike Palli, hoje Embaixadora da Estónia na Dinamarca, e uma colectânea de contos de Vitorio Kali intitulada Tupariz e as serpentes do céu.

Infelizmente, o número de obras estónias traduzidas para português é ainda menor, estando apenas disponíveis nas livrarias portuguesas O louco do Czar, de Jaan Kross, e O leiteiro de Mäeküla, de Eduard Vilde.

Estes parcos números pouco têm a ver com falta de tradutores, que os há e bons, ou tão pouco com a falta de leitores atentos em ambos os países, talvez o que falte seja o interesse por parte dos editores e talvez algum apoio institucional que permita a concretização de algumas edições bilingues. Estou certa de que não faltariam leitores na Estónia para o Prémio Nobel Português da Literatura.

Talvez nos possamos deixar inspirar pelo fantástico exemplo dado por Mia Libblik, residente há longos anos em São Paulo, que aos 94 anos traduziu para os seus netos em português o poema épico Kalevipoeg, o equivalente estónio dos nossos Lusíadas.

A existência de mais traduções de autores portugueses em estónio é fundamental para dar resposta ao interesse pela cultura e pela língua portuguesa neste país, onde nos últimos anos o Instituto Camões tem vindo a apoiar o ensino do português nas Universidades de Tallinn e de Tartu. Só neste ano lectivo já se inscreveram cerca de trinta alunos em cada um daqueles cursos, nos níveis médio e de iniciação, e as expectativas dos estudantes relativamente à utilização futura dos seus conhecimentos são muito positivas.

Para além disso, o IC tem vindo a consolidar este apoio com a concessão de bolsas de estudo para especialização, em Portugal, em didáctica de Português Língua Estrangeira.

A implementação do Acordo Cultural, assinado em 2003 pelos dois países, mediante a elaboração de um plano de acção a concretizar em três anos, poderá igualmente ter um papel relevante na divulgação de Portugal e da sua Cultura na Estónia.

Certo é que «só se ama aquilo que se conhece», por isso o ensino da língua deve andar a par e passo com a divulgação mais ampla de todas as vertentes da cultura portuguesa - literatura, artes plásticas, música, dança, etc.

Neste campo, como em muitos outros, a abertura da Embaixada de Portugal em Tallinn pode ajudar a dar um impulso e servir de catalizador para novos e frutuosos contactos entre criadores, artistas e instituições dos dois países. Assim aconteceu ainda este ano, quando do lançamento da Semana de Portugal, no quadro da comemoração do Dia 10 de Junho. A Exposição sobre Azulejaria Portuguesa, apresentada nesta cidade, mais uma vez com o apoio do Instituto Camões, trouxe à Biblioteca Nacional da Estónia muitas centenas de visitantes e possivelmente dará, em breve, lugar à realização de vários ateliers de cerâmica junto da Escola de Belas Artes. Por seu turno, o concerto do pianista Filipe Pinto-Ribeiro, realizado no Museu Medieval de Tallinn, a que assistiram cerca de 300 pessoas, propiciou já um convite feito pelo Teatro Nacional da Estónia àquele pianista e ao seu grupo de música de câmara, para participar no Programa de Comemoração dos Centenários de Schostakovich e de Lopes Graça.

Cinema, música popular, pintura, arquitectura e design são outras tantas áreas que poderão no futuro vir a servir de elo de ligação e a contribuir para um melhor conhecimento mútuo dos dois países.

Esse é aqui o nosso desafio… fazer com que mais e melhor se conheça e se aprecie nestas paragens o nosso país e poder ouvir dizer na rua: «Jah. Ma räägi portugali keelt.» (Sim. Eu falo português!)

Ana Paula Zacarias
Embaixadora de Portugal em Tallinn

28 de novembro de 2006

Livro “Al-Qaeda, A História do Islamismo Radical”/ Reading-list: “Al-Qaeda, Casting a Shadow on Terror”


Para os interessados sobre a história e natureza da organização terrorista denominada al-Qaeda, sugerimos o livro Al-Qaeda, A História do Islamismo Radical, de Jason Burke, editado pela Quetzal Editores, em 2004.

Neste livro, Jason Burke mostra-nos como a ameaça do terrorismo islâmico não parte de um só homem, nem tão pouco de um só grupo, mas sim de um vasto movimento profundamente enraizado na política, na sociedade e na história do mundo islâmico.

Utilizando centenas de entrevistas e milhares de documentos, o autor demonstra que al-qaeda é uma etiqueta mal colada ao movimento disperso e desorganizado que se dedica a uma batalha cósmica contra o Ocidente e que Osama bin Laden, longe de ser o mais temido criminoso do mundo é, na realidade, uma figura periférica da actual militância islâmica.

Erradicar um único homem ou um único grupo terrorista pouco ou nada servirá para pôr termo a esta perigosa ameaça. Os terroristas e voluntários que procuraram bin Laden e companheiros fizeram-no com o objectivo de conseguir apoio na concretização dos seus sonhos de destruição. As razões por que o fizeram persistem ainda por todo o mundo islâmico.

O entendimento errado daquilo que é de facto a al-Qaeda contribui para colocar o Ocidente numa situação de perigo tendencialmente mais grave.
Jason Burke é escritor e jornalista do jornal inglês The Observer. Durante uma década, fez a cobertura do Médio Oriente e do Sudoeste Asiático.

27 de novembro de 2006

Palestra sobre “Economic Diplomacy”/Lecture on "Economic Diplomacy"


A Universidade Autónoma de Lisboa (UAL website here) promoverá na próxima quarta-feira, dia 29, pelas 18H15, uma palestra sobre Economic Diplomacy, proferida pelo Embaixador dos Estados Unidos, Alfred Hoffman, Jr.

A palestra terá lugar no Mini-Auditório da Universidade Autónoma de Lisboa, Palácio dos Condes do Redondo, Rua de Stª. Marta, 56. Serão dados diplomas de participação.

Inscrições e informações:
Gabinete de Comunicação e Marketing
Telefone: 21 317 76 12/3
Fax: 21 315 17 91
E-mail: gmp@universidade-autonoma.pt

Alfred Hoffman Jr. tomou posse como Embaixador dos Estados Unidos da América em Portugal a 4 de Novembro de 2005, tendo apresentado credenciais ao Presidente Jorge Sampaio a 30 de Novembro de 2005. Hoffman Jr. fundou e foi administrador e presidente da “WCI Communities, Inc.” (NYSE: WCI), uma empresa imobiliária com sede na Florida que se dirige a compradores de casas de primeira habitação, para reformados e segunda habitação na Florida, área de Washington, Nova Iorque, New Jersey e Connecticut.

26 de novembro de 2006

O que é o Hamas?/What is Hamas?


OSINT recebeu vários e-mails, nomeadamente de estudantes universitários, que solicitavam mais informação acerca da história e da natureza do Hamas.


Publicamos, pois, um artigo do Council on Foreign Relations (website here) sobre o referido grupo, que agora lidera a Autoridade Palestiniana. Recomendamos também a leitura do livro O Martírio no Islão, de Hélder Santos Costa, Universidade Técnica de Lisboa, ISCSP, Lisboa, 2003.


HAMAS

CFR article, updated June 14, 2006.

What is Hamas?
Hamas is the largest and most influential Palestinian militant movement. In January 2006, the group won the Palestinian Authority's (PA) general legislative elections, defeating Fatah, the party of the PA's president, Mahmoud Abbas, and setting the stage for a power struggle. Since attaining power, Hamas has continued its refusal to recognize the state of Israel, leading to
crippling economic sanctions. Hamas maintained a cease-fire brokered in March 2005 until June 9, 2006, when it ended the truce after reports that errant Israeli shell killed several civilians on a Gaza beach. The Israeli Defense Forces later denied responsibility for the deaths.
Historically, Hamas has sponsored an extensive social service network. More notoriously, the group has also operated a terrorist wing carrying out suicide bombings and attacks using mortars and short-range rockets. The group has launched attacks both in the Palestinian territories of the West Bank and Gaza Strip, and inside the pre-1967 boundaries of Israel. In Arabic, the word "hamas" means zeal. But it's also an Arabic acronym for "Harakat al-Muqawama al-Islamiya," or Islamic Resistance Movement.

What are Hamas’ origins?
Hamas grew out of the Muslim Brotherhood, a religious and political organization founded in Egypt with branches throughout the Arab world. Beginning in the late 1960s, Hamas' founder and spiritual leader, Sheikh Ahmed Yassin, preached and did charitable work in the West Bank and Gaza Strip, both of which were occupied by Israel following the 1967 Six-Day War. In 1973, Yassin established al-Mujamma' al-Islami (the Islamic Center) to coordinate the Muslim Brotherhood's political activities in Gaza. Yassin founded Hamas as the Muslim Brotherhood's local political arm in December 1987, following the eruption of the first intifada, a Palestinian uprising against Israeli control of the West Bank and Gaza. Hamas published its official charter in 1988.
The first Hamas suicide bombing took place in April 1993. Five months later, Yasir Arafat, the then-leader of the Palestine Liberation Organization (PLO), and Yitzhak Rabin, then-prime minister of Israel, sealed the Oslo accords—an Israeli-Palestinian peace pact that eventually unraveled. Rabin was assassinated by an Israeli right-wing fanatic in November 1995. Arafat died in November 2004.

Who are Hamas’ leaders?
Hamas' leadership is in the midst of significant readjustments, following the group's recent victory in the Palestinian Authority's second general elections. This
CFR Background Q&A profiles a number of individuals poised to emerge from the fray.

Where does Hamas operate?
It is difficult to predict exactly how Hamas' operations will change, given the recent electoral victories which handed the group majority control of the Palestinian Authority. Historically, Hamas has operated as an opposition group in Gaza, the West Bank, and inside Israel. Most of the population of Gaza and the West Bank is officially ruled by the PA government, so Hamas' new role as the legislature's controlling party could drastically redefine the function and scope of the group's operations. There is hope that political legitimacy—and the accountability that comes with it—could force Hamas away from using violence to achieve its goals. As yet, however, the group has made no clear sign whether it will renounce its famously bloody tactics.

What does Hamas believe and what are its goals?
Hamas combines Palestinian nationalism with Islamic fundamentalism. Its founding charter commits the group to the destruction of Israel, the replacement of the PA with an Islamist state on the West Bank and Gaza, and to raising "the banner of Allah over every inch of Palestine." Its leaders have called suicide attacks the "F-16" of the Palestinian people. Hamas believes "peace talks will do no good," Rantisi said in April 2004. "We do not believe we can live with the enemy."

Is Hamas only a terrorist group?
No. In addition to its military wing, the so-called Izz al-Din al-Qassam Brigade, Hamas devotes much of its estimated $70-million annual budget to an extensive social services network. It funds schools, orphanages, mosques, healthcare clinics, soup kitchens, and sports leagues. "Approximately 90 percent of its work is in social, welfare, cultural, and educational activities," writes the Israeli scholar Reuven Paz. The Palestinian Authority often fails to provide such services; Hamas' efforts in this area—as well as a reputation for honesty, in contrast to the many Fatah officials accused of corruption—help to explain the broad popularity it summoned to defeat Fatah in the PA's recent elections.

How big is Hamas?
Hamas’ military wing is believed to have more than 1,000 active members and thousands of supporters and sympathizers. On March 22, 2004, more than 200,000 Palestinians are estimated to have marched in Yassin’s funeral. OnApril 18, 2004, a similar number publicly mourned the death of Rantisi.

What attacks is Hamas responsible for?
Hamas is believed to have killed more than 500 people in more than 350 separate terrorist attacks since 1993. Not all Hamas' attacks have been carried out by suicide bombers. The group has also accepted responsibility for assaults using mortars, short-range rockets, and small arms fire.

How does Hamas recruit suicide bombers?
The organization generally targets deeply religious young men—although some bombers have been older. The recruits do not fit the usual psychological profile of suicidal people, who are often desperate or clinically depressed. Hamas bombers often hold paying jobs, even in poverty-stricken Gaza. What they have in common, studies say, is an intense hatred of Israel. After a bombing, Hamas gives the family of the suicide bomber between $3,000 and $5,000 and assures them their son died a martyr in holy jihad.

Where does Hamas’ money come from?
Given its recent electoral victory to lead the PA, Hamas will now have public funds at its disposal. Historically, much of Hamas' funding has come from Palestinian expatriates and private donors in Saudi Arabia and other oil-rich Persian Gulf states. Iran also provides significant support, which some diplomats say could amount to $20 million to $30 million per year. In addition, some Muslim charities in the United States, Canada, and Western Europe funnel money into Hamas-backed social service groups. In December 2001, the Bush administration seized the assets of the Holy Land Foundation, the largest Muslim charity in the United States, on suspicions it was funding Hamas.

How does Hamas train the bombers?
The recruits undergo intense religious indoctrination, attend lectures, and undertake long fasts. The week before the bombing, the volunteers are watched closely by two Hamas activists for any signs of wavering, according to Nasra Hassan, writing in the New Yorker. Shortly before the “sacred explosion,” as Hamas calls it, the bomber records a video testament. To draw inspiration, he repeatedly watches his video and those made by his predecessors and then sets off for his would-be martyrdom after performing a ritual ablution and donning clean clothes. Hamas clerics assure the bombers their deaths will be painless and that dozens of virgins await them in paradise. The average bombing costs about $150.

Is Hamas popular among Palestinians?
Yes. This is clearly demonstrated by the group's victory in the Palestinian Authority's recent elections. But the group's popularity is nothing new. Following the collapse of the peace process in the late 1990s, Hamas' popularity rose as Arafat's fell. In the spring of 2002, during a period of intensified armed conflict between Israeli security forces and Hamas militants, polls showed that Arafat's Fatah faction of the PLO and the Islamists each commanded support from roughly 30 percent of Palestinians in the West Bank and Gaza. (The remaining Palestinians were either independent, undecided, or supported other factions.) But trust in Hamas dropped in 2004. In a poll conducted by the Jerusalem Media and Communication Center (JMCC) after Arafat's death, 18.6 percent of Palestinians named Hamas as the Palestinian faction they most trusted, down from 23 percent a year earlier. Hamas experienced a short-lived spike in popularity after the Israeli withdrawal from Gaza; after a rocket explosion at a Hamas rally September 23 killed 15 people, Hamas blamed Israel and launched rocket attacks against it. Israel retaliated with punitive air strikes, which Palestinians blamed Hamas for provoking. The explosion was revealed to be an accident.

Has Hamas always participated in the Palestinian electoral process?
No. Hamas boycotted the January 2005 PA presidential elections. But even prior to its 2006 victory in the PA's legislative elections, the group had made strong showings in municipal elections, especially in Gaza. In December 2004West Banklocal elections, Fatah won 135 seats and Hamas won 75. In Gaza, where Hamas is based, it won 77 out of 118 seats in 10 council elections held in January 2005. Hamas appeared to have lost its political momentum in a September 2005 round of local elections in the West Bank: Fatah, benefiting from the Israeli withdrawal, took 54 percent of the vote over Hamas’ 26 percent.

25 de novembro de 2006

A primeira avó suicida/Grandmother commits suicide attack



Uma avó palestiniana fez-se explodir, no passado dia 23, perto de soldados israelitas, na Faixa de Gaza, ferindo três deles, no primeiro atentado suicida reivindicado pelo Hamas (que controla o governo palestiniano) em quase dois anos.

Fátima Omar Mahmoud al-Najar, mãe de 9 filhos e avó de 41 netos, accionou uma carga explosiva perto de soldados israelitas que participavam numa incursão no sector de Jabaliya, no norte do território palestiniano.


“Os soldados viram uma mulher suspeita a aproximar-se e constataram que ela trazia uma carga explosiva. Lançaram uma granada ensurdecedora na sua direcção, mas ela conseguiu fazer-se explodir”, afirmou uma porta-voz militar israelita.

Segundo uma filha da bombista suicida, Fátima perpetrou o atentado “em resposta ao massacre de Beit Hanoun”, uma localidade do norte da Faixa de Gaza, onde 19 civis palestinianos morreram, a 8 de Novembro, num bombardeamento israelita.

Trata-se da mais velha bombista suicida palestiniana a cometer um atentado anti-israelita desde o início da Intifada, em Setembro de 2000.

As Brigadas Ezzedine al-Qassam (braço armado do Hamas) reivindicaram a operação de mártir conduzida por Fátima Omar Mahmud al-Najar, de 57 anos.

O atentado ocorreu numa altura em que o exército israelita multiplica as incursões e ataques aéreos na Faixa de Gaza para tentar parar com os tiros de rockets palestinianos.



Sobre o Hamas/About Hamas:
O Hamas (acrónimo de Harakat al-Muqawamah al-Islamiyyah) é um movimento político palestiniano, cuja sigla designa o Movimento de Resistência Islâmica, ou seja, a luta contra a existência do Estado de Israel (Estado esse criado após a Segunda Guerra Mundial para abrigar judeus).

Criado, em 1987, na cidade de Gaza, a qual situa-se na Faixa de Gaza, o Hamas preconiza a luta contra Israel, por todos os meios, visando a libertação da Palestina "... desde o Rio Jordão até ao mar".

O Hamas é responsável por várias acções armadas e terroristas contra Israel.

Em 25 de Janeiro de 2006, o Hamas venceu as eleições para o Parlamento palestiniano, derrotando a Fatah e conquistando 74 das 132 cadeiras do parlamento, após a contagem final de votos que ocorreu em 28 de Janeiro de 2006. O movimento de luta armada palestiniano preparou-se então para formar o novo governo, não necessitando, para isso, de coligações.

No início de Fevereiro, o Hamas anunciou que ia buscar ajuda a países com políticas mais à esquerda como o Brasil e a Venezuela. O grupo político mostrou que se preocupava em formar um governo que pudesse ser aceite por outras nações, embora tenha dito que não reconhecia o Estado de Israel.

24 de novembro de 2006

Morreu ex-espião russo/Ex-Russian spy has died


O antigo espião russo do FSB, Alexandre Litvinenko, internado depois de um possível envenenamento, morreu ontem – anunciou o University College Hospital, em Londres, onde estava a ser tratado.

Os especialistas da Universidade de Londres tinham afirmado que Litvinenko fora envenenado com tálio e que também havia indícios de contaminação com uma substância radioactiva. Contudo, ontem, pouco antes do falecimento do ex-espião russo, disseram que, apesar de todos os testes realizados, ainda não era clara a causa do seu estado.

Litvinenko, um ex-coronel do FSB (os serviços secretos russos que sucederam ao KGB), exilado no Reino Unido, em 2000, pelas suas críticas ao Presidente Vladimir Putin, sempre acreditou que tinha sido envenenado em Londres, no dia 1 de Novembro, depois de um encontro clandestino com uma das suas “fontes”, com vista à aquisição de uma suposta lista com os nomes dos assassinos da jornalista russa Anna Politkovskaya.

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Além disso, Litvinenko ter-se-á convertido ao Islão pouco tempo antes de falecer, noticiou uma agência noticiosa da guerrilha independentista tchetchena.


Segundo a Chechenpress, agência noticiosa da guerrilha independentista da Tchetchénia na Internet (website here), um mullah, especialmente convidado para o efeito, teria lido textos do “Alcorão” junto do leito do espião moribundo. A agência dos separatistas tchetchenos escreve que Alexandre Litvinenko será sepultado, como um muhajidin, num cemitério islâmico, segundo todas as normas dessa religião.

Militares portugueses partem para o Líbano/Portuguese military force goes to Lebanon


O último grupo de 123 militares que irá integrar a Força Interina das Nações Unidas no Líbano (FINUL website here) partiu esta madrugada para Beirute, completando o envio para o terreno do contingente de 141 militares portugueses. O voo civil, fretado pelas Nações Unidas, partiu pouco depois da meia-noite do aeroporto de Figo Maduro, em Lisboa.


O primeiro grupo de 12 militares portugueses partiu no dia 1 de Novembro em voo comercial com destino a Beirute.


No dia 3, seis outros militares viajaram para o Líbano, acompanhando o equipamento necessário ao trabalho do grupo avançado, que seguiu num avião de transporte Antonov An-124 fretado pelas Nações Unidas para o efeito.


O equipamento pesado de engenharia (tractores, escavadoras, gruas, niveladoras, cilindros, entre outros) seguiu por via marítima no dia 15 de Novembro, em navio que largou do porto de Setúbal.


Os militares nacionais ficarão aquartelados na localidade de Shama, seis quilómetros a nordeste da cidade de Naqoura, onde se situa o quartel-general da FINUL.


De acordo com informações do Exército, a principal missão do contingente português será a construção horizontal - reparação e manutenção de itinerários, aeroportos e heliportos, trabalhos de escavação, aterro, nivelamento e compactação de terrenos e trabalhos de drenagem.


Os militares portugueses poderão, no entanto, ser chamados a desempenhar outro tipo de tarefas, como a construção de acantonamentos, instalações e bases logísticas da FINUL, reabilitação de edifícios, montagem de estruturas pré-fabricadas ou o fornecimento e distribuição de energia eléctrica.


O contingente nacional, que deverá permanecer no terreno por um período de seis meses (que, provavelmente, será renovado), vai ficar na dependência directa do comandante da força das Nações Unidas (UN website here) no Sul do Líbano (FINUL), o general francês Alain Pelligrini.


A missão das tropas nacionais tem um custo de 9,3 milhões de euros, 2,4 dos quais suportados pelo Estado português e os restantes pelas Nações Unidas. As despesas com material e equipamento (770.952 euros) são as mais elevadas. Segundo o Governo, serão gastos 349 mil euros em material de comunicações e informática, 60 mil em transportes, 90 mil euros em material de engenharia, 188 mil em material de intendências e 56 mil em equipamento de saúde.

23 de novembro de 2006

Militares da GNR partem para Timor/GNR security force goes to Timor


Um grupo de 108 militares da GNR partiu ontem à noite do aeroporto de Figo Maduro para Díli, onde vai começar a substituir o contingente que está em Timor-Leste.

Desde 04 de Junho, a GNR (GNR website here) mantém um contingente de 127 militares em Timor-Leste, o subagrupamento Bravo, que tem desenvolvido acções de manutenção da ordem pública e ainda de formação e treino da Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL).

Os militares portugueses, juntamente com efectivos da polícia malaia, integram desde 25 de Agosto, a força policial da actual Missão Integrada das Nações Unidas em Timor-Leste (UNMIT website here).

No total, o segundo contingente do subagrupamento Bravo em Timor-Leste terá 140 efectivos.

Em Janeiro de 2007, quando estiverem em Timor-Leste todos os 1.608 efectivos policiais previstos na resolução 1704 do Conselho de Segurança das Nações Unidas (UN website here), de 25 de Agosto, os agentes da PSP e militares da GNR totalizarão 251.

Daquele total fazem parte os 140 militares da GNR, que constituem o sub-agrupamento Bravo - inicialmente formado por 127 elementos -, mais 48 efectivos da mesma corporação e 63 agentes da PSP (PSP website here).

Os 1.608 efectivos da UNPOL, fornecidos por 20 países, são comandados pelo comissário português Antero Lopes, da PSP.

Fora da UNMIT, e para garantir a protecção da comunidade portuguesa residente no país e da representação diplomática de Portugal, encontram-se actualmente oito agentes do Grupo de Operações Especiais (GOE) da PSP.